Luane Martiniano - CRN3-42836
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Introdução Alimentar

 

É a introdução gradativa de novos alimentos para complementar a Amamentação. Por quê começamos a introduzir outros alimentos para o bebê? Porque nenhum bebê vai mamar para o resto da vida e quando estiver preparado para receber outros alimentos é hora de começar esse processo. Quando começar? Geralmente por volta dos 6 meses de vida o bebê apresenta os sinais de que está pronto para comer, que são: conseguir sentar com pouco apoio; levar um objeto à boca; e coordenar o movimento com os olhos. Esses sinais de prontidão estão relacionados com a maturidade fisiológica do intestino para receber outros alimentos e assim evitar alergias e intolerâncias alimentares. Além disso, a Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses, pois é o melhor para saúde do bebê. 

O principal objetivo da alimentação complementar é o aprendizado, é desenvolver habilidades motoras para conseguir comer. Ao contrário do sugar que é instintivo, o comer requer aprendizado. Aprender a mastigar, a manipular os alimentos na boca, a levá-los para os dentes (ou gengiva) para mastigar e depois engolir. O nosso objetivo, no entanto, não é apenas que nossos bebês aprendem a comer, mas que aprendam também a amar comer boa comida! Isso a gente também pode ensinar, dando as condições adequadas, o ambiente, o amor e dedicação necessários para isso. Além disso, até os 2 anos de idade estamos formando o nosso paladar e quanto maior for a variedade de alimentos apresentada nessa fase, menos seletivos serão os bebês no futuro. 

E se o meu bebê não comer nada no início? Para o seu bebê as primeiras experiências com alimentos são uma brincadeira e não uma refeição. O que ele conhece até agora é leite no peito (ou na mamadeira), no aconchego do seu colo e agora vai comer algo estranho em um cadeirão, imagina como isso deve ser para ele? Até os 9 meses de idade o leite materno garante a maior parte do fornecimento de  nutrientes e de energia e até 1 ano de idade é o principal alimento para os bebês. Então não precisa se preocupar com as quantidades que os bebês estão comendo, mas sim com a qualidade dos alimentos e da experiência. Não deixem os bebês com fome para comer, para eles o que satisfaz sua fome é o leite materno por enquanto. Se estiverem com fome estarão muito menos dispostos a aprender algo novo, que é o nosso principal objetivo. No início é extremamente normal mamar logo após a refeição. Aos poucos, à medida em que o bebê for começando a comer melhor (e cada bebê vai fazer isso no seu ritmo), as refeições vão substituindo as mamadas. Bebês são sensório-motores, ou seja, eles estão sempre explorando tudo à sua volta com o objetivo de sentir. Exploram as sensações dos brinquedos na boca, o barulho que fazem, suas texturas. Com a comida não é diferente. Se deixarmos que os bebês explorem os alimentos, essa é uma ótima maneira de se familiarizar com os mesmos. As refeições devem ser feitas à mesa, o ambiente deve ser sempre tranquilo, sem distrações como TV e Tablets e comer acompanhado é muito mais legal. Façam as refeições junto com seus bebês, eles aprendem com o exemplo, vendo seus pais comerem. Engasgos: são raros, mas podem acontecer, por isso é importante se informar em como fazer a manobra de desengasgo. Para evitar engasgos o bebê deve estar bem apoiado e em posição ereta para se alimentar, portanto, não façam refeições no carinho ou no bebê conforto. No mais prepare uma dose extra paciência e confiança no seu bebê, que o restante vai fluir no seu tempo. Boa sorte. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Amamentação

 

Não existe alimento melhor para o bebê que o leite materno. Isso é um fato científico bem fundamentado, mesmo assim o desmame precoce ainda é bem frequente no Brasil e esses bebês deixam de receber os diversos benefícios que só o leite materno oferece. Por quê o leite materno é tão especial assim? O leite materno é tão perfeito que vai modificando a sua composição de acordo com a necessidade e a fase do desenvolvimento do bebê, não existe nenhum outro alimento no mundo com essa capacidade. O primeiro leite, o chamado colostro, tem um teor de gordura bem alto e funciona como a primeira imunização do bebê, já que é repleto de anticorpos, ou seja, é uma vacinação natural dentro de um alimento. As proteínas do leite materno têm uma composição especial que permite que a digestão seja bem fácil, poupando assim os rins do bebê. Todas as vitaminas e minerais estão presentes em quantidades perfeitas. O bebê amamentado é menos suscetível a diversas infecções, tais como as respiratórias, aimigdalites, do trato urinário, são menos suscetíveis a diarréias, a alergias cutâneas, seu sistema imune é mais forte, sua flora intestinal é melhor, suas chances de desenvolver diabetes, obesidade e câncer na vida adulta é menor, e pelo fornecimento de gordura ideal para o desenvolvimento do sistema nervoso também está associado a um QI mais alto. Quer mais? É de graça, é mais higiênico, está sempre na temperatura ideal e promove o vínculo materno. Por isso é tão importante o aleitamento exclusivo até os 6 meses de idade. O aleitamento prolongado (até os 2 anos de idade ou mais) também é fundamental para promover a saúde dos bebês: leite não é água, 500ml de leite humano fornece cerca 1/3 das necessidades de energia e proteína, quase metade das necessidade de vitamina A, quase toda a vitamina C, entre muitos outros nutrientes. Além disso, na amamentação prolongada, o fornecimento de anticorpos não só continua como aumenta em concentração à medida que a frequência das mamadas reduz. Cabe frisar que o fornecimento de ferro diminui consideravelmente após os 6 meses de amamentação, por isso existe uma atenção especial para os alimentos fontes de ferro na introdução alimentar. A amamentação infelizmente nem sempre é possível por diversos motivos, sejam pessoais, sejam emocionais, e para esses casos existem fórmulas infantis para substituir o leite materno. Cada família deve ser respeitada independente de suas escolhas, sempre. Mas é essencial que as mães que querem e podem amamentar recebam todo o apoio necessário. Esse apoio deve vir do pai da criança, dos todos os profissionais envolvidos no parto e acompanhamento das puérperas e seus bebês, da família, do empregador. O primeiro sinal do corpo para que a amamentação aconteça é cerebral, é a liberação de ocitocina, também conhecida como hormônio do amor. Por isso a mãe deve se sentir acolhida e respeitada, para poder dar todo esse amor em forma de alimento para esse novo bebê. Se você é mãe, quer amamentar e está tendo dificuldades, não hesite em procurar ajuda! Seu bebê agradece.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

     

Obesidade Infantil

 

A Obesidade Infantil vem aumentando no Brasil de maneira preocupante e já atinge cerca de 7% das crianças menores de 5 anos. Maus hábitos alimentares, sedentarismo e muitas horas à frente da TV são alguns dos fatores que contribuem para este cenário. A Obesidade entre os adultos é um problema ainda maior. A saúde das crianças é muitas vezes um reflexo do ambiente em que vivem. Cada pai e mãe faz o seu melhor com as ferramentas que lhes estão disponíveis, e com ajuda e orientação corretas é possível melhorar a saúde e qualidade de vida de toda a família! Algumas medidas que podem ser tomadas são: diminuir o consumo de refrigerantes e sucos industrializados (não se engane pela palavra “néctar”, contém muito açúcar e pouca fruta), prefira as frutas in natura e para matar a sede beba água; descasque mais e desembale menos; evite comprar alimentos muito processados como doces concentrados, biscoitos recheados, pizzas congeladas, etc, pois se não tiver em casa não tem como consumir, certo? Deixar as “besteiras” para as festas ou para idas ao restaurante é uma boa opção. Não é necessário proibir determinados alimentos, mas podemos organizar a nossa vida para ela ter mais alimentos que podem nutrir de fato e menos alimentos indulgentes. Ser exemplo para os nossos filhos é um grande desafio, mas este é um investimento no qual o retorno é certo! 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

 

Mais amor, por favor

 

Para um site sobre alimentação esse título parece no mínimo um pouco estranho, apesar do título soar bem adequado se pensarmos em tudo o que vem acontecendo pelo mundo. Deixando os sérios problemas do mundo por um momento apenas de lado, esse texto é para falar sobre um relacionamento. O relacionamento entre você e o que você come, você e a sua alimentação. Pode não parecer um relacionamento, mas é sim, se você parar pra pensar. Nós escolhemos o que comemos (pelo menos assim deveria ser) e o que comemos pode desencadear diversos sentimentos e sensações. Felicidade, tristeza, conforto, mal estar, alegria, tédio, prazer, culpa, saudade, satisfação, ansiedade, a lista não tem fim. A comida está com você na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Mas por que algumas pessoas tem relacionamentos mais bem sucedidos com a comida do que outras? A resposta para essa pergunta é bem complexa, é acima de tudo individual e depende de muitos fatores. Esse post não tem a pretensão de responder a essa pergunta, mas apenas de fazer uma analogia que talvez possa ajudar a enxergar a sua relação com a comida de uma forma diferente e, quem sabe, melhorar a situação entre vocês.

Lembra de quando as suas amigas te falavam para largar aquele cara que não estava nem aí pra você? Ou pelo menos quando rolava aquele silêncio depois de você contar a sua história super empolgada e cheia de esperanças com um cara com quem não tinha nada em comum (no melhor estilo balde de água fria)? Suas amigas só queriam o seu bem, mas você estava apaixonada, ignorou os conselhos delas e quebrou a cara. Provavelmente muitas vezes. Alguma hora a gente aprende que um bom relacionamento, um relacionamento com amor, faz bem pra você, tem seus altos e baixos com certeza, mas tem muitos “meios”, porque é equilibrado, porque traz paz, porque não é para durar algumas semanas, mas idealmente a vida toda, não é? Com a alimentação não é diferente. Ter um affair tórrido com a sua comida é insustentável, pelo menos para a sua saúde, porque não é amor e sim obsessão. Acho interessante tentar pensar no seu relacionamento com a comida como um casamento. Tem os momentos de lavar roupa e falar de contas, tem os momentos de comemorar o aniversário de casamento no restaurante preferido, os momentos de adormecer juntos vendo TV sábado à noite, os momentos de ir no show da banda que toca a musica de vocês. E sim, dá trabalho. Mas é amor. E amor faz bem. Com a alimentação pode ser assim também. Tem os dias de ir no restaurante e enfiar o pé na jaca, mas a maioria dos dias devem ser normais e a maioria dos alimentos devem ser aqueles que te fazem bem. Por favor, não achem que estou dizendo que um casamento e que a alimentação tenham que ser sem graça, pelo contrário. Mas onde há amor, há equilíbrio.

A nossa fome e nosso comportamento alimentar são controlados não pelo nosso estômago, mas sim pelo nosso cérebro. Por isso amar em termos de alimentação é achar equilíbrio e paz, é comer consciente do que se está comendo, com prazer e sem distrações, é comer ouvindo o seu corpo e a sua fome, é também dormir bem e o suficiente. É comer frutas, verduras, fontes de proteína, de energia e de gordura, é comer em comemorações com amigos, família, colegas de trabalho, é tentar fazer a sua própria comida sempre que possível, é tentar comer os alimentos o menos industrializados possível. Para aquelas que ainda não acharam esse amor e equilíbrio, a gravidez é um ótimo tempo para tentar aprender. Muitas acabam aprendendo pelo seu bebê, o que é ótimo, mas melhor ainda é fazer também por você.

Mamachouchou deseja a todas um Feliz Natal e um Ano Novo com muito mais amor, por favor.

 

P.s.: se você se interessa em como o nosso cérebro controla a nossa fome, tenho um ótimo livro para você: O peso das dietas, Autora Sophie Deram.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sobre a importância de uma alimentação saudável durante a Gestação

 

Nosso corpo faz todo o possível para garantir a saúde do nosso bebê. Se falta algum nutriente na nossa alimentação, nosso corpo vai utilizar as nossas reservas, até um certo ponto, logicamente, para compensar essa falta, como retirar cálcio dos nossos ossos, por exemplo, o que é algo incrível, se você parar para pensar. Nós somos mães mesmo antes dos nossos filhos nascerem, já sacrificando a nossa saúde para garantir a deles. Isso pode até te trazer certo alívio, mas é muito importante cuidar de você também, para poder cuidar melhor do seu bebê, para ajudar o seu corpo a passar por essas mudanças, para evitar o surgimento de certas complicações como diabetes gestacional e pré-eclampsia, para as suas reservas não terem que ser mobilizadas, pois afinal, você vai precisar de muita energia e muita saúde uma vez que o bebê estiver no pedaço.

Alguns dos aspectos importantes de uma alimentação saudável e adequada durante a gravidez são:

 

-ganhar peso de forma saudável, sem medo e sem nóia :)

 

-evitar Anemia: você precisa de muito ferro durante essa fase, o que não é uma tarefa fácil. O ferro é necessário para o transporte de oxigênio dos nossos pulmões para o resto do nosso corpo, ele está relacionado com o nosso metabolismo energético. Especialmente se for vegetariana ou vegana você terá que escolher os seus alimentos com cuidado e ingerir boas fontes de vitamina C (que melhora a absorção do ferro), mas as onívoras também tem que pensar nesse mineral com carinho, já que a anemia é a deficiência mais comum na população em geral.

 

-garantir cálcio suficiente: esse mineral não é essencial só para a saúde óssea, mas também para a contração muscular, para a transmissão do impulso nervoso, dentre diversas funções.

 

-garantir Omega 3 suficiente: esse tipo de ácido graxo é muito importante para o desenvolvimento neuronal do seu bebê (DHA em particular) e é muito importante assegurar que está ingerindo o suficiente, especialmente no 3° trimestre.

 

-a Vitamina D é muito importante também, especialmente se você tem histórico de pressão alta ou diabetes na sua família. Essa vitamina exerce um papel muito importante na saúde óssea e no sistema imune também. O seu status de vitamina D depende da sua exposição ao sol e não da nossa alimentação. No entanto, como a exposição ao sol aumenta o risco do surgimento de câncer de pele, geralmente essa vitamina deve ser suplementada. Muitas pessoas têm deficiência dessa vitamina no mundo todo e é importante checar seus níveis no sangue.

 

-fornecer fibras: mães com um consumo de fibras alto tem menor risco de desenvolver pré-eclampsia durante a gravidez. Fibra e água trabalham juntas, então não se esqueça de se hidratar! 

 

-fornecer antioxidantes: o volume extra de sangue a as mudanças que o corpo sofre aumentam o estresse oxidativo, por isso precisamos garantir a presença desses protetores na nossa alimentação para auxiliar esses processos. Tradução: ingerir mais frutas e hortaliças, preferencialmente as da estação.

 

-e muito mais :) 

 

Se alimentar de maneira saudável é fácil para algumas pessoas, mas para outras é uma luta constante por diversos motivos. Em parte por falta de tempo, em parte por conta do grande número de opções diferentes de produtos e locais para realizar as refeições, em parte por informações contraditórias sobre alguns alimentos, em parte porque somos humanos e nem sempre resistimos as muitas tentações.

 

A nutrição é muito importante para a sua saúde, mas não vamos esquecer que é um dos vários aspectos da saúde e um dos vários aspectos importantes dessa linda fase que é a gestação. É importante se sentir amada, curtir esse momento, se sentir segura, sentir que tem todos os tipos de apoio que considera importante, e se sentir bem com as suas escolhas. 

 

Se tiver queixas ou dúvidas ligados à alimentação “extra-saudável” é interessante procurar aconselhamento nutricional com um profissional qualificado.